sexta-feira, 26 de junho de 2009

Tempos e Mudanças


Algumas vezes não se sente as coisas mudarem, mas elas continuam mudando silenciosamente por baixo do solo que se imagina estar. Flutuava calmo talvez não percebia o tremor. Estranho ... como se anestésicamente pudesse dar voltas, comunicar, sentir o tato, mas não sentia que o habitat não era mais o mesmo. A vida teve que me tirar o solo por completo para saber que havia algo errado no interior e que o vôo inocente somente me distanciava verticalmente do chão, configurando uma volta que seria um tanto mais impactante.

Curiosamente necessito da introspecção, voltarme a fecundar na terra, guardarme retraído sem asas ao casulo. O ciclo vicioso destas eternas coisas que simulam a força da vida, que se abrem e se fecham, que reinam e entram em decadência... sobretudo quando chega o inverno, o frio dos dias com a mudança rigorosa do horizonte.

A luta não seria exatamente o esforço para abrir a janela, mas sim a busca de alimento para aquecer o interior. Iluminar a nova essência, permitir exalar dos poros um homem mais determinado a transformar as próprias paredes uma morada ao contrário de frágil e violável. É diferente de quando a dor é uma escolha, é diferente de quando você pode fazer algo para mudar as estações da vida. É totalmente diferente de quando você é o semideus com o poder nas mãos de dar caminho às coisas segundo suas próprias vontades.
O homem prepotente se torna peça de tabuleiro, e tem que se comportar da forma que se organiza a trama. Deus movimenta a vida e o corpo tem que ir junto, outra hora move o corpo e a vida se vai, junto.

2 comentários:

Renato Esteban disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

A intensidade que você percebe a vida é algo muito belo, meu querido Renato.